quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sono de beleza é importante sim!

Quem tem problemas para dormir — cerca de 1/3 da população — sabe que a má qualidade do sono interfere (e muito) na saúde, no humor e no rendimento das tarefas cotidianas. Com a aparência da pele não é diferente. Ela também se ressente. O sinal mais imediato da falta de repouso é o surgimento das indesejáveis olheiras. Em longo prazo, haverá ainda alteração do tônus muscular e o surgimento de uma expressão de cansaço crônico. É justamente durante a noite que as células descansam, organizam suas funções, reparam e reequilibram os estragos do dia, como efeitos do sol, vento e poluição. Como essas células estão em plena atividade, essa etapa se torna bastante propícia para tratar da beleza — nessa hora entram em cena os cosméticos noturnos. Muitas das ações da pele não mantêm o mesmo ritmo durante as 24 horas do dia. Por exemplo: nas mulheres, a perda de água da pele é aproximadamente 25% mais elevada à noite, quando sua temperatura também aumenta. E durante o sono, a epiderme é mais ácida do que em torno do meio-dia. “Os cosméticos de ação noturna são formulados por meio de pesquisas que analisam o ritmo circadiano — ciclo de funções do corpo — para potencializar a eficiência das funções celulares à noite”, explica Silvana Kitaday, engenheira química da Valmari (SP). Quando estamos dormindo, há a liberação de substâncias importantes para o nosso corpo. As duas principais são os hormônios do crescimento — responsáveis pelo não envelhecimento celular — e o cortisol, hormônio do estresse ligado à formação de radicais livres. “Além disso, existe o aumento da oxigenação celular e da pele, com uma melhora do retorno do sangue. Também damos um repouso para a musculatura da face”, explica a dermatologista Carolina Ferolla (SP). Outra informação relevante para a ala feminina: no período em que descansamos, eliminamos radicais livres, o que torna as noites maldormidas fortes criadoras de rugas. Assim, já para a cama! Mas antes, veja quais cuidados ligados à beleza, saúde e alimentação podem contribuir para turbinar seu sono.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mas, o que é o tão falado orgasmo?


O orgasmo, em ambos os sexos, envolve duas dimensões:
1.Fisiológica:

Caracteriza-se por contrações rítmicas e involuntárias, em resposta ao incremento máximo da tensão sexual. Apresenta-se como uma descarga de toda a energia sexual acumulada. Tais contrações na mulher, concentram-se mais no clitóris, na vagina, no útero; nos homens, no pênis, na próstata e na vesícula seminal. Contudo, estendem-se por todo o corpo, geralmente, em forma de uma tensão muscular generalizada, acompanhada de taquicardia, sudorese, formigamento e respiração acelerada, deflagrando contrações do tipo convulsivas. Em seguida, surge um relaxamento muitas vezes acompanhado por um alívio e bem estar.

Durante o orgasmo feminino ocorrem contrações pélvicas em intervalos de 0,8 segundos, em média; e pode consistir de 03 até 15 contrações.

A reação orgásmica masculina, envolve uma certa padronização. Ao atingirem um determinado estágio de excitação sexual ocorrerá, invariavelmente, a ejaculação, configurando um reflexo fisiológico – esse momento é chamado de iminência orgásmica.

2. Subjetiva:

Esse aspecto se traduz pelas sensações de prazer, que, por sua vez, são experiências muito individuais e variam, também, conforme a situação.

Nas mulheres, observa-se uma enorme variação, quer na intensidade, duração ou freqüência da experiência orgásmica. A experiência do prazer é muito variada no universo feminino e poderá vir ou não acompanhada pelo orgasmo. Em outras palavras, a mulher poderá não experimentar um orgasmo durante a relação sexual, mas isso não quer dizer que esteve privada de sensações de prazer.

Para os homens, fingir um orgasmo é muito difícil – a ejaculação é a evidência concreta. Mas isso não quer dizer que sempre experimentam orgasmos prazerosos; pois, a experiência de prazer é um aspecto altamente subjetivo, conforme foi mencionado.

Alguns fatores podem influenciar, negativamente, a experiência do prazer sexual. São eles: cansaço físico, ansiedade de desempenho, falta de confiança no parceiro (a), curto espaço de tempo dedicado às carícias preliminares, local não apropriado, pressa, consumo de bebidas e drogas, dificuldade de concentração nas sensações eróticas, dentre outros.

Enfim, para viver a sexualidade em sua plenitude basta que se conheçam as preferências, os desejos e os ritmos de seu par. Deixar o corpo falar. Romper mitos. Deixar de lado a ansiedade em ter um desempenho nota dez. Libertar-se das culpas e dos medos.Permitir-se à entrega. Saborear. “Sair do ar”!

Sexualidade Biológica


O ponto de partida de toda a atividade sexual prazerosa é o contato íntimo. O contato, seja no sentido subjetivo – o olhar, o sorriso, os gestos - ou através do toque, significa um encontro com tato.
Nós temos um cérebro que capta essas sensações e as transforma em prazer e em diversas sensações!!!
Devemos reconhecer o prazer sexual como uma atividade real e faz parte essencialmente da expressão que o nosso corpo pode dar que ama a outras pessoas é uma manifestação de desejo e amor... E o nosso cérebro é o grande responsável por isso!!!
Possuímos neurotransmissores que são responsáveis por fazer o cérebro reconhecer essas sensações e transformá-las em prazer.
A descoberta do sexo como fonte de prazer, implica em ampliar a vivência erótica do contato corporal; saber que a pele é o principal órgão sexual extragenital(fora os nossos órgãos genitais). Sua exploração levará à descoberta de uma fonte inesgotável de zonas que ficam fora do nosso corpo; sendo, portanto, um componente importante para a experiência do prazer sexual.
Acariciar o corpo de seu (sua) parceiro (a) assemelha-se à uma viagem pelo universo das sensações e, sem dúvida, se constitui um ingrediente básico para uma relação sexual satisfatória. Porém, nem sempre ambos querem a mesma coisa; o que agrada a um, pode não agradar ao outro. Além disso, a intensidade, a rapidez e o tipo do toque geram inúmeras reações, indo do extremamente prazeroso ao desagradável. Assim, para que não aconteça um descompasso, cabe ficar atenta (o) às reações do seu par, e também, aprender a diferença entre parar e prosseguir, rudeza e ternura, performance e afeição. Este é um cuidado, onde a pessoa é tratada como pessoa.
Acariciar o corpo de seu (sua) parceiro (a) assemelha-se à uma viagem pelo universo das sensações e, sem dúvida, se constitui um ingrediente básico para uma relação sexual satisfatória. Porém, nem sempre ambos querem a mesma coisa; o que agrada a um, pode não agradar ao outro. Além disso, a intensidade, a rapidez e o tipo do toque geram inúmeras reações, indo do extremamente prazeroso ao desagradável. Assim, para que não aconteça um descompasso, cabe ficar atenta (o) às reações do seu par, e também, aprender a diferença entre parar e prosseguir, rudeza e ternura, performance e afeição. Este é um cuidado, onde a pessoa é tratada como pessoa.

Vale lembrar que o prazer sexual é uma conquista muito recente, principalmente para as mulheres; pois a relação sexual possuía, como único objetivo, a reprodução.

Há alguns poucos anos atrás, uma mulher que expressasse desejo sexual e orgasmo era tida como doente – o orgasmo feminino era classificado como patológico e tratado clinicamente. Hoje o panorama é outro. A partir da liberação sexual, ocorrida nos idos da década de 60, o orgasmo feminino passou a ser uma obrigação; instituiu-se a tirania. Se não tem orgasmo, tem problemas e precisa ser tratada. Claro que existem mulheres anorgásmicas (que não conseguem ter orgasmo), e constitui-se em um problema gerador de muitas angústias. Só que essa obrigação gera tanta ansiedade e medo que a experiência de prazer e/ou o orgasmo ficam muito longe de serem alcançados.

Existem respostas físicas diretas que sinalizam um estado de excitação sexual: a ereção e a lubrificação vaginal. Tais reações são indícios de que o contato está sendo agradável. Contudo, quanto mais tempo for dedicado às carícias, a excitação sexual tende a aumentar, podendo deflagrar o orgasmo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Leshimaniose, o que tenho a ver com isso? Que diferença isso faz na minha vida?



Transmissão

Sua transmissão se dá através de pequenos mosquitos ( Flebotomíneos) que se alimentam de sangue, e, que , dependendo da localidade, recebem nomes diferentes, tais como: mosquito palha, tatuquira, asa branca, cangalinha, asa dura, palhinha ou birigui. Por serem muito pequenos, estes mosquitos são capazes de atravessar mosquiteiros e telas. São mais comumente encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas.

Além do cuidado com o mosquito, através do uso de repelentes em áreas muito próximas a mata, dentro da mata, etc, é importante também saber que este parasita pode estar presente também em alguns animais silvestres e, inclusive, em cachorros de estimação.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.

Prevenção e tratamento

A melhor forma de se prevenir contra esta doença é evitar residir ou permanecer em áreas muito próximas à mata, evitar banhos em rio próximo a mata, sempre utilizar repelentes quando estiver em matas, etc.

Esta doença deve ser tratada através de medicamentos e receber acompanhamento médico, pois, se não for adequadamente tratada, pode levar a óbito.

Tipos de Leshimaniose

Leshimaniose visceral

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun, é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo Leishmania chagasi. É transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi; mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos.

Pessoas e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães fazem esse papel. Quanto a este fato, podemos entendê-lo ao considerarmos a proximidade que estes animais têm com a nossa espécie e que nem todos, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

Indivíduos humanos apresentam febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez como sintomas. Fígado e baço podem ter seu tamanho aumentado, já que a doença acomete estes órgãos, podendo atingir também a medula óssea. O período de incubação é muito variável: entre dez dias e dois anos.

Doença endêmica em 62 países, no Brasil são registrados cerca de 3000 casos por ano, sendo que mais de 5% destes vão a óbito, cerca de um ou dois anos após o surgimento dos sintomas: grande parte em razão da falta de tratamento.

Para diagnóstico, exame de sangue para análise de anticorpos específicos, punção - com inoculação do material em cobaias - ou biópsia dos possíveis órgãos afetados são as principais formas de confirmar a presença do patógeno. O tratamento é feito com fármacos específicos, distribuídos pelo governo em hospitais de referência.

Medidas de prevenção e controle ainda não foram capazes de impedir a ocorrência de novos surtos do calazar. Entretanto, usar repelentes quando estiver em região com casos de leishmaniose visceral e armazenar adequadamente o lixo orgânico (a fim de evitar a ação do mosquito), além de não utilizar agulhas utilizadas por terceiros, são medidas individuais que diminuem a probabilidade de ser contaminado. O tratamento das pessoas doentes e eutanásia dos cães contaminados são outras importantes formas para evitar a leishmaniose visceral.

Leshimaniose Tegumentar

A leishmaniose tegumentar americana, conhecida popularmente pelos nomes: “úlcera de bauru”, “nariz de tapir” e “ferida brava”, se caracteriza por apresentar feridas indolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado. É causada por protozoários do gênero Leishmania, como o L. braziliensis, L. guyanensis e L. amazonensis: parasitas de vertebrados mamíferos.

Fêmeas de mosquitos do gênero Lutzomyia são os vetores. Esses, de tamanho pequeno (menores que pernilongos), podem também ser chamados de mosquito-palha, birigui, cangalhinha, bererê, asa branca ou asa dura. Vivem em locais úmidos e escuros, preferindo regiões onde há acúmulo de lixo orgânico, e movem-se por meio de voos curtos e saltitantes.

A doença é endêmica da Amazônia, mas tem ocorrência em várias regiões do mundo, não se restringindo apenas às florestas, mas também presente em ambientes urbanos, em razão da destruição das coberturas vegetais nativas

Ao ferroarem um indivíduo, este pode desenvolver a ferida em cerca de dez dias a três meses, caso o vetor esteja sendo hospedeiro destes protozoários. A lesão terá suas características influenciadas pela espécie do Leishmania e condições imunológicas da pessoa, ocorrendo frequentemente nas regiões do corpo descobertas pela roupa.

Na forma mais comum (cutânea), esta se inicia pequena, arredondada, profunda e com borda avermelhada, crescendo progressivamente. Pode surgir apenas uma ou em maior quantidade. Na maioria dos casos não são curadas naturalmente, e tampouco com o uso de medicamentos cicatrizantes comuns.

Na forma cutâneomucosa, evolução desta primeira, há a presença de feridas no nariz, boca ou garganta cujo aumento pode comprometer essas estruturas. Na cutâneodifusa, surgem nódulos em várias regiões do corpo, principalmente nos membros.

As cicatrizes destas ulcerações podem permanecer e, caso o tratamento não seja feito de forma correta, após meses ou anos a doença pode ressurgir.

Para diagnóstico pode ser feito exame de sangue, a fim de encontrar anticorpos específicos; biópsia ou raspadura da lesão. O tratamento é feito não só visando a cura clínica, mas também o impedimento de que a doença evolua para as outras formas mais graves e, também, para evitar recidivas. Como alopático, pode ser receitado um antimonial pentavalente. Quando o tratamento com este não apresenta resultados satisfatórios, imunoterapia e imunoprofilaxia podem ser requeridos.

A utilização de roupas adequadas e uso de repelente quando estiver em ambiente de mata, visitar o médico em casos de feridas, destinar adequadamente o lixo, evitar banho de rio ao entardecer e, além de evitar animais domésticos com feridas características, procurar a prefeitura a fim de que o sangue destes seja recolhido para análise, são medidas importantes para se evitar casos de leishmaniose tegumentar. O uso de determinadas telas e mosquiteiros pode não ser eficaz em face do tamanho diminuto do vetor.

Leshimaniose canina


A Leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito infectado (fêmeas da espécie Lutzomia longipalpis - também conhecido por mosquito-palha). Trata-se é uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico. Trata-se de uma zoonose portanto merece sua importância na saúde pública

O calazar canino, do ponto de vista epidemiológico, é considerado mais importante que a doença humana, pois além de ser mais prevalente, apresenta um grande contingente de animais infectados com parasitismo cutâneo, que servem como fonte de infecção para os insetos vetores. Estas características tornam o cão doméstico o principal reservatório do parasito. Durante epidemias o homem também pode servir como reservatório do parasito, para a infecção do inseto vetor.

Sintomas:
Perda de peso e/ou falta de apetite
Apatia e debilidade
Seborréia, feridas que não cicatrizam
Crescimento rápido das unhas
Anemia
Inchaco dos ganglios
Insuficiencia Renal
Diarreias persistentes, vomitos
Lesoes Oculares (conjuntivites)
Hemorragia nasal (epistaxe)
Ferimentos ao redor dos olhos e na pele

Vale a pena lembrar que a grande maioria dos cães, 60% são assintomáticos

Como prevenir?
Pode-se prevenir a leishmaniose através na vacina, uso de coleiras apropriadas e repelentes a base de citronela de preferência. O flebótomo , o mosquito-palha, é um inseto bem pequeno e costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição. Portanto evitar acúmulos de lixo de casa é uma maneira contribuir para a saúde do meio ambiente e ao mesmo tempo evitar a proliferação dos mosquitos. Lembre-se lugar de lixo é no lixo

Controle da Doença:
A expansão da doença canina e seu potencial zoonótico levaram, por parte das autoridades sanitárias, o direcionamento do controle para a população canina, baseado no inquérito sorológico e sacrifício dos cães positivos. Com a argumentação de que a carência econômica existente no país aumenta o contingente de humanos susceptíveis, em decorrência principalmente da desnutrição e condições inadequadas de vida, o sacrifício dos cães tem sido nas últimas 4 décadas a base de controle adotada no Brasil. Esta prática é hoje inaceitável na Europa e cada vez mais contestada pelos proprietários de cães e pela comunidade de veterinários de pequenos animais, sobretudo pelo crescente número de publicações científicas sobre o tratamento canino.

Os esforços para o controle dos vetores são direcionados, principalmente para as formas adultas dos flebótomos, pois os criadouros da maioria das espécies são ainda desconhecidos. O uso de inseticidas residuais (DDT, fosforados e piretróides sintéticos) no interior das casas e abrigos de animais é considerado eficiente para reduzir a população peridoméstica dos flebótomos e conseqüentemente a transmissão parasitária. Entretanto o efeito é temporário e exige um programa contínuo. No Brasil as ações de controle do vetor foram sempre descontínuas por diversas razões. A liberação de verbas, a alocação e contratação de mão-de-obra dependem de decisões políticas orçamentárias. Os programas que são implementados não surtem o efeito esperado e como conseqüência ocorre a reinfestação dos ambientes e reaparecimento de casos humanos e caninos de calazar. Ainda não foram relatados, no Brasil, casos de resistência aos inseticidas comumente utilizados.

A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático e por isso não podem ser indiscriminadamente destruídos. Profissionais ligados aos órgãos públicos de controle a leishmaniose visceral observam que o momento da busca do cão para eliminação é carregado de forte componente emocional, significando a determinação da “sentença de morte” para um “membro da família” dada a significância que o cão tem no ambiente familiar. Este sentimento faz com que muitos proprietários de cães não aceitem esta estratégia de controle, proporcionando alto índice de recusas, contribuindo para a manutenção da cadeia de transmissão. São necessárias, adoção de medidas alternativas que possam suprimir esta lacuna no controle, além de diminuir o ônus emocional que a mesma representa.

Entretanto, a resistência por parte dos proprietários em entregar os cães para a eutanásia, baseia-se não somente no papel que o cão assume no contexto familiar. Principalmente nos meios urbanos, estes animais executam diversas funções como: guarda, salvamento, guia de paraplégicos, prática de esportes, repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas, além do valor cinófilo de alguns exemplares.

O conhecimento de que a doença canina não é uniformemente fatal e que alguns cães podem apresentar cura espontânea, levou a comunidade científica médico-veterinária à experimentação de tratamento dos animais. Os resultados obtidos conduziram a protocolos bem sucedidos já aplicados em alguns países. A OMS reconhece que a eutanásia dos cães infectados, na maioria dos países, se reserva cada vez mais para casos especiais, como resistência aos fármacos, recaídas repetidas ou situações epidemiológicas perigosas, pois a maioria dos veterinários preferem administrar um tratamento antileishmaniótico, acompanhando atentamente as recaídas.

Os mesmos estudos indicam que a opção pela eliminação de cães, deveria ser em escala de importância, a terceira medida adotada. Outra crítica a esta opção, é a pouca agilidade observada entre a coleta de material, realização do diagnóstico e a ação de busca de cães infectados e sua eliminação, caso fosse realizada de forma ideal, isto é, baseada em melhores técnicas diagnósticas de forma ágil, poderia resultar em algum impacto sobre a transmissão, porém apenas de forma linear. Neste contexto, os autores verificaram que o tratamento canino reflete significado semelhante ao do sacrifício no controle de leishmaniose visceral canina.

Uma medida direcionada à população canina que não pode ser esquecida é o controle de cães vadios, modestamente realizados nos centros urbanos brasileiros, que deveria ser assumida como prioridade, pois estes animais podem ser veiculadores não somente de Leishmaniose , mas também de outros agentes zoonóticos.

Tratamento:
O tratamento do calazar canino é visto, no contexto do grande avanço de qualidade da assistência veterinária. As opções de protocolos distintos conferem aos pacientes grandes possibilidades de melhora clínica e menores índices de recidivas. Entretanto, são prolongados com o tempo tornam-se caros e em alguns casos são ineficientes.

A opção pelo tratamento de um cão com calazar deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade. O paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial, que inclui a confirmação do diagnóstico sorológico, com determinação do limite da diluição positiva e da presença do parasito em amostra de pele, punção de linfonodos e de medula óssea, através de técnicas citológicas ou histológicas. Exames complementares de hemograma, testes bioquímicos de função renal e hepática e perfil eletroforético das proteínas séricas, permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento. Infecções concomitantes como babesiose, erlichiose, demodicose, escabiose, hepatozoonose, criptococose e dirofilariose devem ser consideradas a fim de se estabelecer a prioridade de tratamento entre as enfermidades diagnosticadas.

Confirmada a doença e apresentando o animal condições para execução do tratamento, é de suma importância o diálogo franco com seu proprietário. O esclarecimento detalhado sobre a doença, sua condição de enfermidade crônica e incurável, a necessidade de medidas profiláticas concomitantes ao tratamento e seus custos devem ser relatados. Entre os custos, incluem-se medicamentos, serviços veterinários e exames laboratoriais realizados trimestralmente.

A opção pelo tratamento só se dará mediante a confirmação da qualidade clínica do paciente associada ao compromisso do proprietário.